A 17 de abril, pelas 21h30, o Cine-Teatro Louletano recebe o espetáculo «Liberdade», de Sérgio Godinho, em mais uma iniciativa inserida no programa comemorativo do 40.º aniversário do 25 de Abril, numa organização conjunta da Câmara Municipal de Loulé e da Comissão Concelhia das Comemorações dos 40 anos do 25 de Abril. O cantautor vai rever, através do seu repertório, os quarenta anos do Portugal democrático, desde a música empenhada, bandeira de causas e consciência social, ao diário íntimo e plural.
Poeta, compositor e intérprete, Sérgio Godinho personifica perfeitamente a sua música «O Homem dos 7 Instrumentos». Multifacetado, representou já em filmes, séries televisivas e peças teatrais. A dramaturgia surge com a assinatura de algumas peças de teatro assumindo-se também como realizador. Aos 20 anos saiu de Portugal, voltando as costas à guerra colonial e permanecendo nove anos afastado do país. A sua maior ligação é com a capital francesa, Paris, onde integra por dois anos o elenco do musical «Hair» e começa a esboçar as suas primeiras músicas, tomando contacto com outros músicos portugueses, como José Mário Branco, Zeca Afonso e Luís Cília. Passou ainda por Amsterdão, Brasil e Vancouver.
Em 1971, colabora no primeiro álbum a solo de José Mário Branco, «Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, e viria nesse mesmo ano a concretizar a sua estreia discográfica ao gravar, em solo francês, o LP Os sobreviventes. Gravou ainda no exílio o álbum Pré-histórias, em 1972. Ainda que constantemente censurados, estes álbuns conseguiram alcançar popularidade entre o público português no ano seguinte, tendo inclusivamente a imprensa premiado Sérgio como «Autor do ano» e «Os Sobreviventes» como «Disco do ano».
Já no Canadá, estabelece-se numa comunidade hippie em Vancouver, e é aqui que recebe a notícia da revolução do 25 de Abril, que o leva a regressar a Portugal. Já em terras lusitanas, edita o álbum «À queima-roupa» (1974) um sucesso que o faz correr o país, atuando em manifestações populares, frequentes no pós-25 de Abril. Desde então a sua carreira não mais parou; duas das suas canções mais aclamadas são «É terça-feira» e «Com um brilhozinho nos olhos».