O Pavilhão Desportivo Municipal de Loulé foi palco da cerimónia de abertura de Loulé, Cidade Europeia do Desporto 2015, que teve lugar no dia 31 de janeiro. Numa festa de muitos para todos, este evento pretendeu aliar a componente desportiva à cultural, com a apresentação de um espetáculo que juntou tradição e contemporaneidade, realçando a riqueza e diversidade do maior concelho algarvio, e que teve o momento apoteótico na participação dos atletas dos clubes que fazem o movimento associativo louletano.
Este momento inaugural arrancou com a cerimónia protocolar e os discursos do representante português da ACES Europe, Nuno Santos, do presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, Augusto Baganha, e do presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo. Ausente da cerimónia por questões de agenda, o Secretário de Estado, Emídio Guerreiro, juntou-se à festa através de uma mensagem vídeo onde felicitou o Município louletano por esta organização. O Hino Nacional, interpretado pela Banda Filarmónica Artistas de Minerva, anunciou um espetáculo eclético, imagem de marca do desporto em Loulé, recorrendo à dança, à música e à imagem, fazendo a ponte entre o desporto, a dança contemporânea, o folclore enraizado no passado, nas danças celebratórias de ontem, e as danças urbanas e populares de hoje. Pretendeu-se celebrar a fisicalidade do corpo inteligente, educado, treinado, que cruza o físico com o emocional, num cruzamento entre a dança e algumas modalidades desportivas, através da criação de «Eternuridade», de Amélia Bentes.
O grupo Marenostrum juntou-se aos representantes da Associação dos Amigos da Cortelha, Associação Cultural e Recreativa das Barrosas, Associação dos Amigos do Rancho Folclórico e Etnográfico de S. Sebastião e elementos do Rancho Folclórico da Luz de Tavira, num olhar contemporâneo e inovador sobre o folclore algarvio. Os sons e ritmos urbanos estiveram representados por MC Lágrima, MC Mascote e Olímpio, que trouxeram um tema dedicado à cidade de Loulé, ao qual se seguiu a criação de Hu(r)mano de Marco da Silva Ferreira. O grande final da festa aconteceu com o desfile de cerca de 1500 atletas dos clubes que encheram a nave principal do Pavilhão de Loulé. Tratou-se de uma representação de 109 modalidades, distribuídas por 57 clubes e associações, envolvendo diariamente cerca de oito mil atletas federados e não federados e que são a força do movimento desportivo do Concelho de Loulé.
Depois de Guimarães (2013) e Maia (2014), em 2015 Loulé será a terceira cidade portuguesa a ostentar o título de Cidade Europeia do Desporto. Ao longo deste ano, irá realizar-se neste território um programa de animação desportiva, com mais de 800 eventos, que irá colocar toda a Europa de olhos postos em Loulé. Nuno Santos, o representante português da ACES Europe, entidade que atribui o título de Cidades e Capitais Europeias do Desporto, falou do “enorme sucesso” de Guimarães (distinguida também como a Melhor Cidade Europeia em 2013) e da Maia (2014), manifestando confiança que o mesmo venha a acontecer com Loulé, até pelas condições que reúne para “fazer mais e melhor”, nomeadamente porque alia as questões desportivas à componente turística e cultural.
Este responsável fez ainda uma alusão aos cinco objetivos que são os pilares da ACES Europe, assumidos agora pela cidade de Loulé e pelos seus responsáveis como valores a transmitir aos seus cidadãos: prática do exercício físico como divertimento; fazer a atividade que mais se gosta; espírito e sentimento de união; correção e respeito; praticar desporto em prol da saúde. “A cidade de Loulé comprometeu-se a transmitir tais valores aos seus cidadãos e demonstrou um empenho contínuo e constante na promoção do desporto, em conformidade com estes cinco objetivos, através de uma política desportiva que seja cada vez mais inovadora. Por isso, decidimos reconhecer Loulé como Cidade Europeia do Desporto”, disse ainda Nuno Santos.
O presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, sublinhou o “reconhecimento internacional, pela «porta» do desporto” deste evento. “Este é, pois, um marco que consolida uma estratégia que vem sendo prosseguida há muito e que consideramos fundamental, e que dá assim início a um ano excecional dedicado ao desporto, às atividades desportivas nas mais diversas disciplinas e a eventos que marcarão a nossa comunidade enquanto depositária, em 2015, da menção de Cidade Europeia do Desporto”, referiu o autarca. No entanto, para Vítor Aleixo, este título será apenas “um ponto de partida de uma longa viagem, que se prolongará por muito tempo” já que se trata de “um projeto que não se esgota no período temporal de um ano, mas que, antes, lhe confere responsabilidades acrescidas para o futuro”. Como tal, será “um desafio para a cidade e para a capacidade de mobilização e realização” de toda a comunidade louletana.
Indo ao encontro dos objetivos da ACES Europe, o edil reportou-se à importância da prática informal do desporto, ao desporto para todos, às atividades desportivas enquanto fator para um estilo de vida saudável e inclusão social e à educação pelo desporto.
“Não nos interessam tanto os resultados obtidos mas interessa-nos muito mais o facto de os atletas poderem praticar o desporto de que gostam e o de dar-lhes igualdade de oportunidades em cada uma das cidades e vilas do nosso Município. Em Loulé, pratica-se o desporto pelo desporto, sendo que nenhuma modalidade ocupa um lugar hierarquicamente superior às outras”, sublinhou.
Reforçando o compromisso assumido com a ACES na organização de Loulé, Cidade Europeia do Desporto, o presidente da Autarquia manifestou o empenho contínuo
“no desenvolvimento de políticas públicas que acentuem a promoção, o apoio e o desenvolvimento da prática desportiva, seja pela qualificação e valorização dos equipamentos e infraestruturas existentes, seja pelas iniciativas tomadas, seja pelo apoio concedido”. Já Augusto Baganha, presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, considerou que Loulé, Cidade Europeia do Desporto, será
"mais uma oportunidade para mostrar junto da população portuguesa e da comunidade internacional a capacidade organizativa e a energia mobilizadora que o nosso país apresenta”. Este responsável realçou ainda fatores como a promoção do desporto, a qualificação, conhecimento e formação profissional, ou o contributo para o reforço da economia e da atividade regional no contexto internacional que este título encerra.