O 1.º Encontro de Boas Práticas na Deficiência, que decorreu no dia 4 de dezembro, superou as expectativas, tendo contado com diversos oradores e vários participantes. A iniciativa foi organizada pelo Centro de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos (CASLAS), com o apoio da Câmara Municipal de Lagos, e teve lugar no Auditório do Edifício dos Paços do Concelho Séc. XXI.
O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (3 de dezembro) é uma data comemorativa internacional levada a cabo pelas Nações Unidas desde 1998, com o objetivo de promover uma maior compreensão dos assuntos respeitantes à deficiência e mobilizar todos para a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspeto da vida política, social, económica e cultural.
Maria Fernanda Afonso, Vereadora da Câmara Municipal de Lagos, relembrou que esta efeméride convoca os portugueses para a constatação da realidade das pessoas portadores de deficiência, sublinhando que esta é uma parte da população que, num Estado de Direito, é igualmente parte da solução de um país justo, igualitário e solidário. “Reforçamos nestes dias a prática da igualdade de oportunidades entre todos, alicerçando o princípio fundamental do acesso à educação”. A propósito deste assunto, a responsável pelo Pelouro da Educação (entre outros) fez questão de chamar a atenção para o facto de que os “cortes contínuos que afetam a escola pública atingem, da forma mais desigual, as crianças e jovens integradas no ensino especial, diminuindo a dignidade da pessoa humana, a autonomia individual e o desenvolvimento da personalidade”. Para Maria Fernanda Afonso, o desafio dos próximos tempos prende-se com “a gestão dos recursos de forma mais eficiente, aliada à partilha entre instituições locais para um fim comum: o bem-estar das nossas crianças e jovens”. A terminar, a Vereadora sublinhou o facto “das falhas na educação inclusiva se configurarem na perda de crianças e jovens, consubstanciado na perda do conhecimento - o único caminho de afirmação de um Portugal de futuro” e defendeu que “não podemos permitir estas perdas, mas antes sabermos aceitar e respeitar as diferenças”.
José António Carreiro, Presidente da Direção do CASLAS e das URIPSS Algarve, também frisou a importância desta iniciativa.
“Infelizmente, todos nos esquecemos com demasiada frequência de que um dia podemos ser nós os portadores de uma deficiência. Basta-nos ter o azar de ter um acidente e, por exemplo, ficarmos numa cadeira de rodas”, alertou, salientando que este Encontro seria uma ótima oportunidade para se aprender mais, e ficar talvez a conhecer novas ofertas e respostas sociais, baseadas na troca de experiência entre os oradores e participantes.
A ideia foi partilhada por Lina Sequeira, representante da Diretora do Centro Distrital de Segurança Social de Faro, que garantiu que o Centro atribui especial importância aos assuntos referentes a esta temática. “Nenhum grupo terá sofrido tanto, e durante tanto tempo, de exclusão social como as pessoas portadoras de deficiência mas, felizmente, a nível regional, temos vindo a evoluir de forma positiva nas respostas sociais, ainda que tenhamos consciência de que são ainda insuficientes”. Neste âmbito, e para aquela responsável, o melhor caminho é apostar num trabalho em rede, dando prioridade aos conhecimentos de cada parceiro e valorizando, cada vez mais, o trabalho de proximidade com a comunidade desenvolvido pelos mesmos.