Decorreu, no passado dia 27 de fevereiro, no Auditório do Convento de S. José, uma discussão pública sobre a intervenção Rodoviária nas Ruas Coronel Figueiredo, Praça da República, Dr. Manuel de Arriaga e Largo Alves Roçadas, considerada pelo Presidente da Câmara de Lagoa, Francisco Martins, como
“uma conversa informal sobre a necessidade de ouvir a população e o seu importante contributo na busca de uma solução para o planeamento que beneficie a mobilidade na cidade”.
“O que vamos analisar está no contexto do projeto de mobilidade, aprovado em 2013, com fundos comunitários, conhecido por «Caminho Senhor dos Passos»".
As obras iniciaram-se já no atual mandato e foram notados erros evidentes, desde logo a ausência de um levantamento topográfico, que não foi feito, o não reconhecimento do território integrante do projeto e a não auscultação da sensibilidade dos cidadãos que moram e circulam naquelas zonas, o que nos levou a solicitar à CCDR Algarve a suspensão dos trabalhos para uma reavaliação do projeto.
Neste fórum de ideias, bastante participado, estava em causa a requalificação das Ruas Coronel Figueiredo, Praça da República, Dr. Manuel de Arriaga e Largo Alves Roçadas - que compreendia três vertentes principais: só para peões, com carros ou misto com estacionamento - para a qual se pretendia uma análise desapaixonada e uma consciência coletiva de contributo de cidadania para que Lagoa seja mais amiga do cidadão. Considerando-se a mobilidade interna da cidade como deficiente, o conceito da proposta era o de uma zona delimitada para encontrar uma solução para a melhoria da mobilidade de tráfego, conforto e, obviamente, com muita atenção à questão de segurança, que ligue em «carrossel» o interior da cidade às ruas 25 de Abril e da Liberdade, permitindo restituir espaços pedonais aos cidadãos.
Foi lembrado que o projeto apresentado não é definitivo, mas antes um estudo de abordagem discutida e apoiada pela população, pois foi esse o objetivo do executivo ao convidar os munícipes, ouvindo a sua opinião e abrindo uma oportunidade de cidadania participada, em Fórum próprio. Após a apresentação do projeto foram os cidadãos convidados a votar na opção que, no seu entender, lhes pareceu mais correta, tendo sido escolhida a que apontava para um sentido único ascendente com estacionamentos, sendo opinião generalizada que não se devia fechar totalmente o trânsito, como foi feito à rua 25 de Abril, há 14 anos e que obrigou ao desaparecimento do comércio local, uma vez que era o coração da entrada em Lagoa.
Francisco Martins revelou que estava a equacionar a maneira de minimizar a falta de estacionamentos e que a força desta proposta e outras que virão será no sentido de dar ao comércio uma nova perspetiva de crescimento, tendo sido realçado o facto da Câmara Municipal ter trazido a debate um assunto tão importante para a definição do futuro sustentável do Concelho de Lagoa.