A Exposição do Arquivo Municipal de Silves do mês de abril dá especial atenção a Francisco Gomes Pablos, residente em Silves no final do séc. XIX e séc. XX e importante benemérito que legou à cidade, nomeadamente ao Hospital da Misericórdia e à Câmara Municipal de Silves, os seus bens.
Francisco Gomes Pablos nasceu a 30 de setembro de 1834 em Monchique e faleceu, solteiro, aos 73 anos de idade, no dia 3 de março de 1908, na cidade de Silves. Era filho de Francisco Gomes Pablos e de Maria da Encarnação Gonçalves, proprietários, naturais de El Almendro, município espanhol da Província de Huelva que se radicaram em Monchique. Com o desenvolvimento de Silves, em meados do século XIX, potenciado pela indústria corticeira e pela significativa comunidade operária, Francisco Gomes Pablos, proprietário e capitalista, fixou-se nesta cidade, onde instalou uma importante fábrica.
No dia 21 de maio de 1907 redigia o seu testamento, no qual dispõe a sua última vontade e sendo solteiro e sem descendentes diretos, deixou o usufruto vitalício dos seus bens, durante vida, ao seu sobrinho João José Gomes Pablos, bem como legados de valores monetários e materiais a outras pessoas de sua lidação. No entanto, instituiu seus herdeiros universais, em partes iguais, o Hospital da Misericórdia desta cidade e a Câmara Municipal de Silves.
O Hospital da Misericórdia ficou com o encargo de custear a alimentação dos doentes do hospital, bem como providenciar a construção de um asilo para os pobres e inválidos, enquanto a Câmara ficou obrigada a criar uma escola para meninas e meninos, escola essa que viria a ser a Escola Industrial e Comercial «João de Deus», a funcionar no edifício legado por Francisco Gomes Pablos, sito na Rua João de Deus, que havia sido sua residência.