No passado dia 19 de março, o Município de Albufeira promoveu uma Sessão de Esclarecimento sobre Eficiência Energética em contexto empresarial. A iniciativa integra-se no âmbito da programação anual do AGE – Gabinete de Empreendedorismo de Albufeira, destinada a divulgar serviços e estratégias empresariais ligadas à gestão ambientalmente sustentável dos empreendimentos e empresas da região, teve por objetivo mostrar aos empresários que é possível conciliar o desenvolvimento da sua atividade profissional, mantendo os níveis de qualidade e alcançando uma redução significativa de custos, através da implementação de adequadas práticas de gestão.
A sessão de abertura contou com as intervenções do diretor da AHETA, do presidente da Câmara Municipal de Albufeira e do diretor da AREAL. Elidérico Viegas (AHETA) destacou a importância do papel da AREAL e a necessidade de promover sinergias com os empresários hoteleiros da região. “A energia ocupa o segundo lugar nos custos de operação das unidades hoteleiras, apenas suplantados pelos custos de pessoal, o que explica a necessidade de criar estruturas que conduzam à sua redução e a ganhos adicionais para os empresários”, frisou o dirigente. “Felizmente que temos conseguido grandes poupanças, graças ao esforço dos empresários e aos investimentos que têm sido realizados com vista à redução dos consumos. A AHETA, enquanto associação do setor turístico da região, está bastante atenta a estas questões e faz votos para que este tipo de iniciativas seja o ponto de partida para o bom relacionamento dos empresários com a AREAL, uma Associação que pretende estimular o investimento e o recurso a projetos de energia renovável, bem como introduzir novas tecnologias nos Sistemas Energéticos Regionais”.
José de Oliveira (AREAL) referiu que a Eficiência Energética implica a adoção de «Medidas Construtivas» que devem ser tomadas ainda na fase de projeto dos edifícios, nomeadamente no que respeita aos materiais utilizados, isolamentos, posição do edifício, entre outros fatores, e «Medidas de Utilização» que têm a ver com a alteração de comportamentos, que
“não implicam custos” porque dependem unicamente da forma como se utilizam determinados equipamentos, horários de utilização, iluminação, aquecimento e ventilação, aparelhos em standby, etc.
“Depois há que avaliar o grau de eficiência energética, o que se faz através das auditorias energéticas, uma importante ferramenta de apoio à tomada de decisão”, explicou. Para além da eficiência energética falou-se essencialmente de legislação e processos de autoconsumo, das potencialidades do novo Quadro Europeu de Financiamento, certificação e de cartas energéticas.
Carlos Silva e Sousa (CMA) salientou tratar-se de um tema de grande relevo na vida de todos.
“Temos que ter a consciência de que quanto menos utilizarmos as energias alternativas mais poluição estaremos a produzir. É fundamental que haja uma alteração de comportamentos, não só a nível individual, mas também empresarial”. Devido às suas competências, os Municípios são dos principais consumidores de energia (nos diversos equipamentos, na iluminação pública), por isso têm que funcionar
“como o motor, quer no que respeita à sensibilização quer a nível do exemplo que devem dar aos munícipes”, referiu.
“É importante que saibamos usufruir ao máximo dos recursos financeiros no âmbito do Quadro Comunitário de Apoio, bem como tirar partido de parcerias a efetivar com várias entidades, nomeadamente a AREAL e a Universidade do Algarve, com vista a efetuar os investimentos necessários ao melhoramento das práticas e à sustentabilidade dos próprios recursos energéticos. Numa região turística como é o Algarve há que saber cuidar bem do Ambiente, o que em primeira instância irá reverter a favor das empresas, bem como da região no seu todo. É preciso apostar em investimentos bem estruturados que impliquem um retorno efetivo a médio prazo”, afirmou ainda o autarca.