Assinala-se, nos dias 21 e 22 de fevereiro, na vila de Armação de Pêra, o centenário de António Pereira e a iniciativa promovida pela junta de freguesia local, com o apoio da Câmara Municipal de Silves, pretende homenagear e dar a conhecer a obra do poeta armacenense. O programa tem início na manhã de sábado, 21 de fevereiro, pelas 10h, com leituras de poemas de António Pereira, no Mercado Municipal de Armação de Pêra.
Da parte da tarde será descerrada, pelas 15h, uma lápide na rua dos Pescadores, local onde nasceu, seguindo-se, pelas 16h, a inauguração da exposição «Vida e obra de António Pereira», no Pólo de Educação do Longo da Vida. As comemorações encerram no domingo, 22 de fevereiro, pelas 18h, com a sessão solene «Vida e obra de António Pereira», na sede do clube de futebol «Os Armacenenses».
António Pereira nasceu em Armação de Pêra, a 24 de fevereiro de 1914. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1940 e, dois anos mais tarde, inicia funções de Delegado do Procurador da República, em Moura. Subiu na carreira e desempenhou funções de Procurador da República e Juiz, em várias comarcas do país, terminando a sua vida pública como Conservador do Registo Civil de Silves.
Apesar da sua notável carreira, foi como poeta que se destacou, tendo em Armação de Pêra, no mar e na pesca, uma forte fonte de inspiração, temas que imortalizou em poemas como «A minha rua tem o mar ao fundo», «Eu sou de Armação de Pêra / Essa das ruas pra o mar…» ou «Lá em Armação de Pêra». Com o seu poema «Trilogia» arrecadou o 1.º Prémio de Poesia Lírica do concurso promovido pela Emissora Nacional, em 1943, tendo nesse âmbito chegado a ser proclamado o Príncipe dos Poetas Portugueses. Em 1945 ganhou o prémio António Sardinha pelo seu poema «Nossa Senhora das Ondas».
«O Poeta e a Morte» (1936), «Lápis de Cor» (1937) e «Notícias do Mar» (1963) são algumas das suas principais obras publicadas.