O executivo municipal de Loulé realizou, no dia 19 de janeiro, em Quarteira, uma conferência de imprensa onde foram apresentadas as linhas de orientação da política autárquica para o presente ano. O dinamismo económico e a promoção do desporto através da iniciativa «Loulé, Cidade Europeia do Desporto» são os dois principais compromissos assumidos pelo presidente Vítor Aleixo para 2015.
Depois do ano anterior ter sido pautado por uma política centrada na consolidação financeira e redução da dívida herdada do anterior executivo e pelas questões sociais, com o objetivo de resolver as situações dramáticas existentes e que teve o seu ponto mais alto na criação do Regulamento Loulé Solidário, a atenção dos responsáveis municipais vira-se agora para outras prioridades. “Este ano iremos voltarmo-nos para a atividade económica do Concelho”, referiu Vítor Aleixo. “A preocupação com a vida económica local e a proximidade com as empresas, empresários e investidores vai constituir um capítulo novo na ação autárquica que tem que ver com o potenciar dos recursos económicos do Concelho de Loulé, que no contexto do Algarve e do País têm um grande peso”, frisou o edil socialista.
Ainda em relação à atividade económica, Vítor Aleixo falou da importância da Área Empresarial de Loulé no contexto das ações previstas. Toda a área composta por vários loteamentos a sul da cidade de Loulé até à Franqueada será alvo de um melhoramento significativo, que irá transformá-la numa área empresarial única. A requalificação da EN 396 entre a Zona Industrial e a Franqueada (com um custo de 400 mil euros), a promoção da melhoria da circulação e da comunicabilidade entre os vários loteamentos, a alteração da sinalética, a modernização dos conceitos de gestão desta área empresarial são algumas das iniciativas inscritas no programa cujo investimento é de cerca de 1,2 milhões de euros, e que permitirá tornar a AEL mais moderna e atrativa para a fixação de novas empresas.
No sentido de alavancar a atividade económica, Vítor Aleixo falou ainda da possibilidade de instalação de novas empresas em espaços cartografados em PDM como áreas de função não habitacional e que se localizam junto a várias localidade como Alte, Ameixial, Momprolé, Quarteira, Salir e Vale da Venda. É o caso dos espaços previstos no Plano de Urbanização de Quarteira Norte-Nordeste ou no Plano de Urbanização dos Caliços/Esteval. Outra das apostas da Autarquia para a dinamização económica passará por alocar uma verba semelhante ao valor arrecadado em sede de derrama (cerca de 800 mil euros) às indústrias criativas e no apoio ao comércio em candidaturas no âmbito do novo Quadro Comunitário, sobretudo naquilo que essas candidaturas comportarem em termos do investimento no espaço público onde se comércio se localiza e opera.
Numa parceria com a Universidade do Algarve, a autarquia louletana está também fortemente empenhada em abrir um capítulo novo na atividade económica do Concelho, nomeadamente na economia do mar. Segundo Vítor Aleixo, a Câmara de Loulé irá aproveitar o importante conhecimento da Universidade para apoiar todos os investimentos que se enquadrem neste segmento, através dos lotes disponíveis que tem e da capacidade negocial com os proprietários de loteamentos privados. Para o autarca, o Município poderá ser um mediador para as empresas do País que manifestarem interesse em se localizarem no Concelho. “O que há de novo nesta aposta é facto de um município adotar esta intenção em apoiar tudo o que diz respeito a investimentos na economia do mar como linha de força da sua gestão autárquica pois não se pode passar anos e anos a chamar a atenção para a importância deste recurso e depois, enquanto entidade político-administrativa, cada município e comunidade intermunicipal não darem sinais nesse sentido. Queremos marcar uma posição exemplar”, sublinhou o responsável municipal. Na área do turismo criativo, Vítor Aleixo falou do projeto para criação de uma Escola de Artes e Ofícios no Palácio Gama Lobos, cujo edifício será alvo de uma reabilitação profunda que se encontra ainda em fase de projeto. A ideia é que surjam novas empresas ligadas a esta área e que aí tenham o seu centro dinâmico.
E no ano em que Loulé é «Cidade Europeia do Desporto», as atividades desportivas constituem também uma linha estratégica na orientação da política do maior Município algarvio. Nesse sentido, no próximo dia 31 de janeiro, no Pavilhão Desportivo Municipal de Loulé, arranca o programa de atividades que irão decorrer ao longo de todo o ano e que irão transformar Loulé num dos principais palcos desportivos da Europa, com um conjunto de iniciativas regionais, nacionais e internacionais que farão história.
“Loulé é uma cidade com uma prática desportiva fortemente consolidada, é um Concelho onde são praticadas mais de 100 modalidades desportivas, por quase 60 de clubes e associações desportivas, e onde normalmente se envolvem na prática regular de desporto federado e não federado à volta de 8000 atletas. Isto é um recurso extraordinário que vem sendo construído ao longo de muitos anos; graças a ele pudemos candidatarmo-nos com êxito à organização e ao estatuto de «Loulé Cidade Europeia do Desporto»”, salientou o presidente da Câmara Municipal. Durante os próximo 12 meses, Loulé irá receber atletas vindos de vários pontos do país e do mundo, nas mais diversas modalidades (Hipismo, Futebol, Ginástica, Triatlo, Ténis de Mesa, Natação, Ciclismo, entre outras), e do lado da Autarquia espera-se um impacto significativo na economia do Concelho.
Entretanto, e depois de, no passado Verão, Vítor Aleixo ter sido uma das vozes mais críticas em relação ao anúncio das Estradas de Portugal em recomeçar as obras na EN125, o autarca louletano voltou a pôr o dedo na ferida numa altura em que pouco foi feito numa das principais vias da região. Segundo o presidente da Autarquia de Loulé, todo o esforço que a Câmara possa fazer no sentido de potenciar a atividade económica do Concelho será insuficiente se o estado das vias de comunicação não forem aceitáveis. “Relativamente à requalificação da EN125 entre Faro e Portimão continuamos na mesma, com afirmações muito vagas, que não responsabilizam ninguém. Há uma obra que começou – a variante Troto/S. Lourenço – mas que é manifestamente insuficiente para as necessidades do Algarve. Reafirmo aqui a minha enorme preocupação porque em tempos de crise se apresentou a necessidade de se colocar portagens na Via do Infante e os algarvios aceitaram fazer esse sacrifício com uma contrapartida, a que era a requalificação da EN125. Fomos enganados porque nada disso está a acontecer”, considerou o presidente louletano, que falou ainda do aumento do número de acidentes nesta via algarvia.