Arrancaram os trabalhos da obra de Requalificação Urbanística da Zona Costeira Poente de Quarteira-Vilamoura, mais conhecida por «Passeio das Dunas», um sonho alimentado durante muitos anos pelos quarteirenses, pelos interesses económicos de Vilamoura e pelos responsáveis municipais, que pretende requalificar um espaço durante décadas considerado uma zona degradada e uma ferida na paisagem. Dentro de pouco mais de um ano, a ligação entre dois dos maios importantes polos turísticos do país, surgirá com uma nova imagem e constituirá uma mais-valia para a economia local e para o turismo algarvio
Segundo o presidente da Autarquia de Loulé, responsável pela proposta de elaboração do Plano de Pormenor que previa o enquadramento desta obra, em 2001, “finalmente Quarteira e Vilamoura vão ficar fisicamente ligadas, enquanto dois polos urbanos, por uma obra pública de grande qualidade, passados 13 anos em que decisões, concursos de ideias e outras situações levaram a que só agora pudéssemos assistir ao arranque da obra”. “Esta empreitada assenta na filosofia de renaturalização”, reforça Vítor Aleixo.
A intervenção será realizada em 17,7 hectares e irá criar um passeio marginal que ligará Quarteira a Vilamoura, com a criação de espaços verdes, privilegiando a circulação pedonal e de ciclistas, criando espaços de lazer, valorizando e reabilitando o contacto com o mar e funcionando como um novo ponto de atração, tendo presente a envolvente construída e em construção e a valorização do acesso às praias com as quais confina a sul, e que constituem o principal espaço lazer destas zonas.
A zona de requalificação desenvolve-se entre a Rua da Armação, em Quarteira, e a frente do Hotel Crowne Plaza (ex-Hotel Atlantis), sendo delimitada a sul pelas praias e pelo Porto de Pesca de Quarteira e a norte pela Vala Real, e prevê a resolução do problema da Vala Real, com a sua cobertura parcial. Aliás, este é um dos pontos mais importantes desta intervenção já que irá resolver um grave problema que existia em Quarteira há vários anos. Está previsto igualmente a criação de dois apoios de praia e de um parque de estacionamento que fará o apoio ao Porto de Pesca, à zona balnear e ao futuro Mercado. Ao nível da circulação rodoviária, a via será desativada, estando previsto apenas o acesso automóvel ao parque de estacionamento e a circulação de viaturas de emergência.
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Com esta intervenção procura-se, fundamentalmente, alterar o carácter da zona, promovendo um local atualmente vago, terra de ninguém a um espaço público requalificado, passível de viver por ele mesmo como fonte de energia requalificadora, mas que seja também polo promotor de fluxos entre as diversas zonas urbanas e as praias.
“Não vamos ter ali obra civil pesada, vamos resolver problemas de comunicação pois existia neste local uma zona tampão, absolutamente degradada, e essa imagem de degradação vai terminar. Estamos perante uma obra entre Quarteira e Vilamoura, que possibilitará às pessoas transitarem entre uma e outra localidade, mas num espaço bonito, agradável, como convém a um destino de primeira grandeza, e que não se compadecia com aquela ferida paisagística que ali se encontrava”, referiu Vítor Aleixo.
A obra estará concluída num prazo de 13 meses e terá um valor que rondará os três milhões de euros. “Nos tempos que correm, uma obra pública deste valor tem o seu significado. Revela o interesse que a Câmara Municipal de Loulé continua a manifestar por esta cidade, mas também é uma forma de potenciarmos e dinamizarmos a atividade económica desta zona do Concelho de Loulé, já que a economia local ganha muito com este tipo de obras”, sublinhou o edil. Vítor Aleixo referiu ainda que esta será uma “obra amiga do ambiente”, que vai ao encontro da filosofia que se pretende, cada vez mais, seguir na Câmara de Loulé em termos de intervenções urbanas.
Já o presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, Telmo Pinto, falou da complementaridade entre Quarteira e Vilamoura para a excelência do turismo local. “Quarteira tem um tipo de turismo importantíssimo, tal como Vilamoura. Ao longo dos anos foi-se formando ali uma barreira arquitetónica e as pessoas não viram, tanto de um lado como de outro, que o turismo de Vilamoura precisa de Quarteira em vários parâmetros e vice-versa. As pessoas que vão passar férias a Vilamoura gostam de vir a Quarteira à restauração, às praças, gostam de vir a este ambiente natural e mais voltado para o povo. E em Quarteira existe muita gente a trabalhar em Vilamoura, que gosta de ir passear a Vilamoura e tudo isso dinamiza o nosso turismo”, explicou também este responsável quarteirense.