A inauguração do Caminho das Lendas e dos largos do centro histórico de Olhão foi um dos pontos altos das comemorações do Dia da Cidade que se assinalou a 16 de junho, mas a inauguração do Ecocentro do Concelho e a sessão solene também foram momentos para recordar neste dia de festa para os olhanenses. “A Floripes certamente vai tornar-se um ex-libris da cidade de Olhão”, acredita Leonel Moura, responsável pelas esculturas de Floripes (Praça Patrão Joaquim Lopes) e do Menino dos Olhos Grandes (Largo do Carolas).
Para além destes dois largos, foram também inaugurados os Largos João da Carma, a que está associada a Lenda do Arraúl, e o Largo do Gaibéu, que apresenta a Lenda do Mouro Encantado. “Esta é uma forma de se mostrar um pouco da singular história de Olhão. Com o Caminho das Lendas, turistas e olhanenses poderão conhecer melhor a zona histórica da cidade”, garantiu o presidente da autarquia olhanense, António Miguel Pina. “Esta é mais do que uma obra de requalificação, juntámos também a nossa história”, testemunhou o edil, que antes presidiu à cerimónia do hastear das bandeiras em frente aos Paços do Município e depositou uma coroa de flores no Largo da Restauração, em homenagem aos heróis de 1808.
O Ecocentro de Olhão, localizado na Zona Empresarial de Marim, é o local onde a partir de agora será possível concentrar os resíduos recicláveis recolhidos pelos serviços da empresa AmbiOlhão ou por particulares que podem depositar neste local, de forma gratuita, cartão, vidro, plástico, verdes, entulho ou pneus, entre outros. Evitando as deslocações regulares à estação de transferência de S. João da Venda, será possível encurtar distâncias e poupar energia, uma vez que os resíduos só serão direcionados para esse espaço quando os contentores do Ecocentro estiverem cheios.
Durante a tarde foi também inaugurada, na Galeria da Biblioteca Municipal de Olhão, a exposição coletiva de pintura do Centro de Pintores Olhanenses, orientado pelo mestre Martins Leal, que estará patente até 30 de junho. De manhã, na sessão solene no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o presidente da Câmara Municipal deixou a garantir de que existem projetos para continuar a fazer crescer e acontecer em Olhão num futuro próximo. “Não será uma tarefa fácil mas, tal como os nossos antepassados, iremos lutar para conseguir trazer ao nosso concelho mais economia, mais emprego e mais desenvolvimento. Em Olhão, reduzimos o IMI, tivemos um decréscimo de mais de um milhão de euros, mas isso desagravou a carga fiscal a todos os que vivem em Olhão”.
António Miguel Pina anunciou também que, em relação aos esgotos na Ria Formosa, apesar de não ser um problema de fácil resolução, estão minimizadas em cerca de 80 por cento as descargas no Cais T. “Assumimos a nossa parte na resolução do problema, tendo iniciado o plano de ação para melhorar a rede de pluviais e as descargas ilegais”. O autarca referiu ainda a criação de dois regulamentos (atribuição de casa e apoio à renda), dizendo que é preciso “enquadrar de forma clara e transparente todas as novas situações e responsabilizar quem usufrui de bens pelos quais terá de zelar”.
A reabilitação urbana é outra das prioridades deste executivo, garantiu o autarca olhanense. “Até final do ano vamos apresentar um conjunto de medidas que passam, nomeadamente, pelos incentivos fiscais e uma estratégia de promoção, com a criação de uma área delimitada”. Antes de terminar o seu discurso, António Miguel Pina anunciou ainda que a reabilitação da frente ribeirinha na zona poente, onde hoje existem as oficinas municipais, já tem assegurado financiamento do FEDER. “Falta-nos, para concluir a mudança destes serviços, conseguirmos outros financiamentos de pequena monta, pelo que contamos ter este projeto finalizado muito em breve”.
Na sessão solene, onde foram medalhados olhanenses ilustres e ex-autarcas e distinguidos funcionários com 25 anos de serviço e alunos com as melhores notas do ano letivo anterior, o presidente da Assembleia Municipal, Daniel Santana, salientou que “cabe aos políticos deste concelho adotarem uma atitude de diálogo em que o concelho seja colocado acima dos interesses partidários”. “Olhão está a recuperar algum do tempo perdido apostando, e bem, no turismo, mas temos de continuar a apostar em estratégias de criação de emprego e a Ria e a nossa história são ativos de que não podemos prescindir”.