A proximidade dos meses de Verão é sinónimo de alerta máximo na prevenção de incêndios florestais para o concelho de São Brás de Alportel. Por isso mesmo, o executivo municipal e os técnicos do serviço municipal de proteção civil reuniram-se com elementos da Guarda Nacional Republicana, dos Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel e da Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão para ultimar as linhas de ação do Plano de Operações para o período crítico que se aproxima.
Com dois terços do seu território em plena Serra do Caldeirão, São Brás de Alportel detém uma localização privilegiada, com uma valiosa riqueza natural, que é ao mesmo tempo motivo para uma preocupação constante com a ameaça dos fogos florestais. Sendo um dos concelhos do Algarve com maior risco de incêndio, São Brás de Alportel tem vindo a desenvolver esforços para defender o território e as populações e é com este objetivo que foi traçado para este ano um plano de operações, resultante do trabalho, em parceria com diversas entidades.
A época crítica começa no dia 1 de julho e prolonga-se até 30 de setembro, período que representa maior perigo para a ocorrência de fogos florestais, um flagelo que no passado verão de 2012 dizimou metade do território do município. O diagnóstico e a avaliação dos meios de prevenção e de combate existentes constitui o primeiro passo para definir um programa de ação adequado à realidade do município, tarefas que têm vindo a ser desenvolvidas ao longo deste semestre, num trabalho coordenado pelo Gabinete Municipal de Proteção Civil e Defesa da Floresta, em estreita proximidade com a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários, a GNR e a Associação de Produtores Florestais, uma parceria fundamental nesta missão.
Juntando esforços, foi definido o Plano de Ação para 2014, constituído por 12 eixos principais:
1. Limpeza de Bermas, numa vasta extensão de território, por parte da Câmara Municipal, trabalho esse que está já em curso.
2. Limpeza de caminhos florestais, uma intervenção em curso, por parte da Câmara Municipal, fundamental na prevenção e no combate aos fogos florestais.
3. Uma nova edição da Campanha de Sensibilização «A floresta não tem olhos, olhe por ela» está a chegar junto da população, por diversos meios, para alertar para a importância de proceder à limpeza de terrenos e para a assunção de comportamentos de prevenção. Porque o combate aos fogos é uma missão de todos, o Gabinete Municipal de Proteção Civil e Defesa da Floresta complementa esta campanha com ações de sensibilização junto das comunidades rurais, indo de casa e casa, informar e sensibilizar a população para o importante papel que nos cabe a todos e a cada um de nós nesta Missão Comum, em defesa da nossa Floresta.
4. Uma das novas ações deste plano de 2014 consiste na implementação do Programa de Vigilância através da presença de uma equipa militar. Com recurso a um protocolo estabelecido com o Regimento de Infantaria n.º 1 de Tavira, o Município assegura a vigilância 24 horas por dia, durante os meses de Julho e Agosto, com uma equipa de militares em permanência, no território serrano. A segurança das populações e a defesa do património natural são os objetivos desta parceria que se espera de grande eficácia. Cabe à Câmara Municipal assegurar o combustível e assegurar algumas despesas de manutenção das viaturas das equipas que patrulharão diariamente a Serra são-brasense.
5. Colocação de duas equipas de ECIN’s - Equipas de Combate a Incêndios - por parte dos Bombeiros Voluntários, que asseguram vigilância permanente, 24 horas por dia, a partir de 18 de Julho, a fase mais intensa do período crítico.
6. Uma nova medida de prevenção, complementar, que vai ser testada neste plano de ação, com início a 1 de julho, será o pré-posicionamento de uma viatura dos Bombeiros Voluntários, em plena Serra do Caldeirão, na zona de Parises, diariamente, com uma equipa de cinco homens, o que agiliza o combate aos incêndios, no território mais vulnerável à ameaça do fogo. A sede das operações será o Centro de Convívio de Parises, uma infraestrutura da autarquia, que resultou de uma obra de requalificação da antiga Escola Primária, e que à sua atividade de apoio social às populações, juntará, nestes meses de Verão, o apoio à nobre missão dos soldados da paz.
7. A corporação de Bombeiros Voluntários tem vindo a preparar-se para que o combate aos incêndios seja cada vez mais eficaz. Nos últimos meses, tem vindo a realizar diversas formações, em áreas complementares como manuseamento de ferramentas e equipamentos que podem fazer a diferença no combate ao fogo; e a atualizar todos os contactos e parcerias para que estejam agilizados todos os meios, no terreno. É fundamental estreitar laços com a comunidade e rentabilizar todos os recursos. A este nível tem sido essencial a colaboração das associações locais, nomeadamente as associações de caçadores, muito conhecedoras do terreno. A todo este esforço junta-se uma outra boa notícia com a corporação de bombeiros da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel a poder contar com 18 novos elementos desde do passado dia 10 de junho, terminada a formação destes novos membros, um reforço importante para uma equipa que zela pelo bem-estar e segurança de todos os são-brasenses.
8. Por parte da GNR, será assegurado o funcionamento da Torre de Vigia da Menta, 24 horas por dia, a partir de 1 de julho, assegurando a vigilância sobre todo o território serrano. Para melhorar as condições de trabalho dos militares da Guarda Nacional Republicana, a torre de vigia foi recentemente alvo de ligeiras obras de reparação e manutenção, a cargo da Câmara Municipal.
9. Ao Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR – SEPNA – cabe também o importante trabalho de patrulhamento do território.
10. Um trabalho complementado pelas patrulhas do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS), da Unidade de Intervenção, da Guarda Nacional Republicana, que tem por missão específica a execução de ações de prevenção e de intervenção de primeira linha, em situações de emergência de proteção e socorro, designadamente nas ocorrências de incêndios florestais.
11. Por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil, existindo uma estreita coordenação entre o Serviço Municipal de Proteção Civil e a Comando Distrital estão asseguradas algumas condições que permitem uma maior segurança em início de mais uma época crítica, nomeadamente a existência de uma ELAC, equipa logística de apoio ao combate, e a permanência de meios aéreos em Loulé e Cachopo.
12. A Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão é outro elo fundamental desta parceria. Para além de todo o trabalho de prevenção que é por esta entidade desenvolvido ao nível da silvicultura, limpeza de caminhos, gestão de faixas de gestão combustível, passos fundamentais para a prevenção e para a ajuda no combate aos fogos, a Associação tem durante o período crítico a sua equipa de Sapadores Florestais permanentemente no terreno com um kit de 1ª intervenção munido de 600 litros de água.
Num esforço conjunto, que dá continuidade ao trabalho que em parceria a Comissão Municipal de Defesa da Floresta tem vindo de há muito a trilhar, pretende-se que este Plano de Ação permita rentabilizar recursos e aligeiras procedimentos, na prevenção e no combate aos incêndios florestais.
A autarquia encontra-se ainda a estabelecer contactos para alargar esta parceria a outras entidades, nomeadamente, ao nível da intervenção social e comunitária, e prepara-se para acolher com todo o empenho o processo de atualização de Cadastro que deverá arrancar no território do município de São Brás de Alportel ainda antes do final do ano.